quinta-feira, 24 de agosto de 2017

APOL: Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos

Nota 100



Questão 1/5 - Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos
Leia o trecho abaixo: 
“A recuperação histórica do passado para entender problemas e interrogações postos no ‘agora’ é importante para o pesquisador na medida em que este passado contém muitos dos elementos constitutivos da realidade contemporânea. [...] queremos deixar bem claro que a atitude de buscar a recuperação do passado não se dá sem a intencionalidade do pesquisador uma vez que não acreditamos numa história neutra, que não possui pressupostos e indagações à realidade”. 

Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: NORONHA, Olinda Maria. História da Educação: sobre as origens do pensamento utilitarista no ensino superior brasileiro. Campinas, SP: Editora Alínea, 1998. p. 18. 
De acordo com o texto-base Considerações sobre Historiografia e Narrativa a partir da Leitura de Peixe Grande, no que diz respeito ao cuidado que se deve ter com a linguagem durante a leitura e interpretação de textos históricos, marque a afirmativa correta:
A

A bela linguagem influencia o historiador, levando-o a ler e aceitar narrativas históricas romanceadas como fatos concretos, mesmo sem a fundamentação do conteúdo em documentos e na historiografia.
B
Ao ler e interpretar um texto historiográfico e as fontes, o historiador deve dar atenção à linguagem utilizada, pois, mesmo sendo neutra em relação aos fatos e não interferindo na sua apresentação, é o uso da linguagem que define a organização, o estilo e a forma da narrativa.
C

Os historiadores, como leitores, não podem ancorar a sua leitura só no conteúdo factual dos textos (fontes e historiografia), pois a linguagem presente neles não é neutra e, por isso, interfere na interpretação dos objetos, nos métodos de análise e na produção dos próprios textos históricos.
D

Os historiadores e leitores não devem se preocupar com a linguagem de textos históricos, pois a linguagem é neutra e o uso que os historiadores fazem dela não interfere em seus trabalhos historiográficos.
E

Os leitores não devem se preocupar com a linguagem e o estilo presente nas fontes e nos textos dos historiadores, pois o papel da linguagem se resume à tarefa de facilitar o entendimento dos textos.


Questão 2/5 - Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos
Tenha em mente o trecho a seguir: 
“Isso significa que toda a pretensão à universalidade na historiografia, ainda que legitima, só pode encontrar abrigo seguro numa posição, aquém ou além do discurso de história; posição, pois, meta-historiográfica”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/109370/000411925.pdf?sequence=1>. Acesso em: 21 maio 2017. 
Examinando esse trecho e o texto-base Paul Ricoeur e a subjetividade do texto histórico, assinale a alternativa que indica como a noção de história universalizante deve ser encarada pelos leitores:
A

Os leitores de textos históricos têm de ter em mente a impossibilidade de um historiador produzir, de acordo com métodos históricos e a sua possibilidade de trabalho, uma obra histórica globalizante.
B

Os textos históricos totalizantes e universais são aqueles que os leitores podem considerar como verdadeiras obras históricas, por se enquadrarem dentro de uma lógica filosófica universalizante.
C

Os textos de história que não se propõem a abordar uma história universal são descaracterizados em sua natureza, não sendo passíveis de serem interpretados conforme os pressupostos teórico-metodológicos da História.
D
Para o leitor, o que deve definir o nível de cientificidade de uma obra histórica é se ela se enquadra ou não numa história universal.
E

Os leitores devem atentar para o fato de que a noção de uma história universal é o objeto de pesquisa de todos os historiadores, independente do contexto em que vive e de seus interesses temáticos.


Questão 3/5 - Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos
Considere a seguinte leitura: 
“Conforme vimos, as limitações que se impõem em um primeiro momento ao discurso narrativo do historiador, e às suas tendências mais habituais de tratamento do tempo, não estão em parte desvinculadas do fato de que a História é antes de mais nada uma ‘estrutura verbal’, tal como ressaltou Hayden White em mais de uma oportunidade. Contudo, reconhecer as limitações da História diante dos obstáculos próprios do discurso verbal não deve eximir os historiadores de experimentarem estruturas inovadoras de apresentação do texto histórico”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/viewFile/11335/6449>. Acesso em: 20 maio 2017. 
Tendo em mente o fragmento de texto reproduzido acima e o texto-base Paul Ricoeur e a subjetividade do texto histórico, no que tange à produção histórica proposta por Ricoeur, analise as afirmativas a seguir:

I. A partir da concepção de Paul Ricoeur, os leitores devem ter em mente que a história se constitui nas ações cotidianas de todos os homens e, a partir disso, torna-se um texto historiográfico.
II. A proposta de Ricoeur se baseia no fato de que toda narração diz respeito à uma ação que é vinculada ao conceito de intenção, entendido enquanto hipótese para a coerência na elaboração do texto histórico e de sua leitura.
III. Na interpretação dos textos históricos, para Ricoeur, o leitor deve ter em mente que estes se tratam da representação dos feitos valorosos dos grandes homens, protagonistas que devem ser exaltados na memória nacional.
IV. Para Ricoeur, a história é a narrativa de ações importantes, sendo o conceito de ação vinculado ao de intenção, que deve ser entendido enquanto hipótese para a coerência do texto, pois, sem entender a intencionalidade das ações e de sua exposição, a interpretação de um texto histórico torna-se frágil. 
São corretas as afirmativas:
A
I e IV, apenas.
B
II e III, apenas.
C
II e IV, apenas.
D
II, III e IV, apenas.
E
I, II e IV, apenas.
Questão 4/5 - Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos
Leia o seguinte fragmento de texto: 
“O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso (pois, se a obra de Heródoto houvesse sido composta em verso, nem por isso deixaria de ser obra de história, figurando ou não o metro nela). Diferem entre si porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ARISTÓTELES. Arte retórica, arte poética. Introdução e notas Jean Voilquin e Jean Capelle. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. São Paulo: Difel, 1964. p. 278. 
Tendo em mente esse fragmento e o texto-base O historiador enquanto leitor: história da historiografia e leitura da história, sobre o olhar do autor sobre o “modelo” de leitor da História, em Tucídides, indique a afirmativa correta:
A

Em Tucídides, a intenção era transformar a leitura numa “visão do acontecido” ao aproximar o leitor do objeto da narrativa histórica, definindo o papel do que seria o bom leitor – o que aprende lições para a vida.
B
Para Tucídides, o entretenimento era o papel primordial das narrativas históricas para o leitor/ouvinte.
C

Tucídides definia o papel do leitor/ouvinte como algo acessório (pois privilegiava a diversão) e, por isso, não necessário para os autores de narrativas históricas.
D
O papel do leitor/ouvinte de discursos históricos é nulo, segundo a concepção de Tucídides.
E

Segundo Nicolazzi, para Tucídides, o papel do leitor está limitado a sua crítica da “visão do acontecido”, que o distancia do discurso histórico por esse ser construído pelos “historiadores” de outrora a partir de ilações sem provas.
Questão 5/5 - Prática Profissional: Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos
Leia o fragmento a seguir: 
“Teoria da história é aqui entendida e praticada como um estudo que tem por objeto especialmente o texto historiográfico: […] não se preocupa com a condição de emergência dos eventos, mas analisa a representação dos mesmos em histórias dadas à interpretação, ou seja, à leitura”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/109370/000411925.pdf?sequence=1>. Acesso em: 21 maio 2017. 
Apreciando este fragmento e o artigo O historiador enquanto leitor: história da historiografia e leitura da história, ao tratarmos da importância da prática da leitura para o texto histórico, indique a afirmativa correta:
A

No ato de escrita, o historiador estipula certos parâmetros para a leitura, pois esta é uma operação para a qual o autor não deve ser indiferente, já que o significado pleno de um texto histórico se consubstancia na sua leitura.
B
A leitura é acessória para o autor de um texto histórico porque não o legitima e não é uma das finalidades do historiador.
C
Um texto histórico não depende de sua leitura e interpretação, pois se legitima como objeto de conhecimento apenas através da transposição do discurso presente nas fontes.
D
A prática de leitura do texto histórico só é importante para o leitor quando vista pelo prisma do entretenimento.
E
Ao ser lido e interpretado pelo leitor profissional, um texto histórico apenas encontra a sua plenitude enquanto obra literária quando nele o historiador transmite os fatos reais em sua integralidade.

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