TCC Projeto - Uninter (Modelo)

Segue meu TCC Projeto, que foi aprovado, as normas da ABNT não estão todas certas, então se atentem para esse fato para não perderem pontos.

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER

POLO DE APOIO PRESENCIAL - PAP UBERLÂNDIA

CURSO – LICENCIATURA EM HISTÓRIA

OSCILANGE DE LÚCIA CAMPOS PERINI

 RU: xxxxxxxx; TURMA: 2016/01

1             TEMA

Confrontar as teorias educacionais de alguns autores atemporais, os objetivos da UNESCO para a educação, com as mudanças estruturais em curso na sociedade no século XXI.

1.1      DELIMITAÇÃO DO TEMA

Confrontar as teorias educacionais de Paulo Freire, Comenius, Bauman, Incontri dentre outros atemporais e os quatro pilares da UNESCO com as mudanças em curso na sociedade, a saber, a reconstrução do chamado modelo de família, bem como as mudanças no perfil característico do trabalho e descobrir se essas teorias podem ajudar na construção de um novo modelo de escola que atenda aos anseios do homem do século XXI e seja capaz de conduzi-lo ao desenvolvimento do ser integral, aquele com capacidades cognitivas para mudar e respeitar o ambiente em que vive. 

2       PROBLEMATIZAÇÃO

A família está em processo de desconstrução e reconstrução, haja vista que a família nos moldes repressores está em decadência, mas ainda não sabemos qual o modelo irá substitui-la e consequentemente a escola que sempre foi um apêndice da família e do trabalho também está em declínio e não se sustenta, faz-se necessário uma revisão do modelo social vigente.

A escola não tem conseguido desenvolver e envolver o aluno da era digital, esse não percebe sentido no que aprende e como reflexo temos um alto índice de descontentamento e de evasão escolar, seja por motivos alheios a vontade dos alunos, tais como necessidade de trabalho, para ajudar a família, gravidez, seja por acharem a escola chata, fato é que os alunos não se sentem motivados a aprender.

O aluno precisa ser confrontado com sigo mesmo e com o outro, ou seja, é preciso retira-lo da passividade, aparentemente isso nunca foi alcançado nem com os alunos de ontem e menos ainda com os alunos de hoje, uma analise mais aprofundada na letra da musica de Pink Floyd “Another brick in the wall” fica claro o recado do autor quando este faz um pedido ao professor que deixem as crianças em paz e vai fundo, quando afirma: “nós não precisamos de nenhuma educação, nós não precisamos de nenhum controle do pensamento”.

Se a escola que sempre foi considerada o apêndice das relações sociais e profissionais não consegue se motivar como irá conseguir ser agente motivador? Ela se perdeu em meio às metodologias, as burocracias, aos diários, as provas e ao comodismo, iguais às famílias que diante da abolição dos controles tem vivido em descontrole.

A problematização desenvolvida no inicio da pesquisa de acordo com PREMEBIDA (2013) é a ponta do iceberg e apenas na medida em que se aprofunda na analise das fontes é que aquilo que está escondido vem à tona, ou seja, a problemática da pesquisa.

3       JUSTIFICATIVA

Em conversas informais no período de estágio nos momentos de recreio com alunos das escolas noturnas estagiadas o discente deparou com algumas respostas a questionamentos feitos aos alunos que o motivou a se aprofundar e entender o motivo pelo qual os alunos não se interessam em adquirir conhecimento e em que medida as relações aparentemente complicadas no âmbito da sociedade tem contribuído para essa apatia.

Alguns alunos entendem que a escola tem como objetivo apenas fornecer um documento que possa contribuir para que consigam um trabalho com uma remuneração melhor e com carteira assinada, para outros o futuro ingresso na faculdade exige deles estudar matérias chatas para conseguir ser aprovado.

 A escola não é percebida como um local de aprendizado, de convivência e de progresso do ser humano, é vista como passaporte para algo, ou seja, um mal necessário e a família e a necessidade de um trabalho cobra dele a participação nessa instituição.

4       OBJETIVOS

4.1      OBJETIVO GERAL

Demonstrar através das teorias de Freire, Comenius, Platão, Incontri dentre outros que essas podem alterar o curso do desenvolvimento do ser integral, ou seja, prepara-los para conviver, ser, fazer e conhecer, a saber, os pilares da UNESCO.

4.2      OBJETIVOS ESPECIFICOS

·         Reafirmar a necessidade de alterar o modelo de escola hoje, com objetivo de esta ajudar o aluno a enfrentar o momento de reconstrução e significação da família e assim atender ao futuro do ser humano enquanto participante da vida social.

·          Validar se a escola deve auxilia-lo a desenvolver habilidades que o ajudem a se inserir no mercado de trabalho, diante das alterações tecnologias em curso.

·         Avaliar se as teorias preconizadas seriam realmente fonte de mudanças estruturais positivas no ser em desenvolvimento ou são apenas teorias vazias de significação e objetivos e, portanto não aptas para atender às demandas desse novo homem.

·         Concluir com base nas teorias explicitadas que para atender não apenas aos quatro pilares da UNESCO, mas sobremaneira para entregar um ser humano integrado e no futuro ajudar a produzir uma sociedade melhor a escola precisará mudar o roteiro, promover uma revolução interna.

·         Demonstrar ao corpo docente que este precisa estar disposto a mudar, não apenas o que acontece no interior das escolas, mas também no interior de si mesmo, pois, ensinar e aprender são uma via de mão dupla.

5       FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O pesquisador fará uma analise sobre o debate realizado, pela ONG “todos pela educação” no Sesc, em parceria com os Jornais “Extra” e “Globo”, com apoio da TV Globo e do Canal Futura em setembro de 2015, cujo objetivo foi debater sobre as novas funções da escola no encontro denominado “Educação 360”, haja vista a conformidade entre o objeto de pesquisa e os temas abordados no encontro. O professor da Unicamp Luiz Carlos Freitas abriu o debate com a seguinte fala:

“Vamos pensar em velhos alunos, novos estudantes. Pode parecer bobagem, mas não é. Sabemos que o aluno mudou. Os alunos hoje têm outras expectativas, outras vivências fora da escola. Mas não basta reconhecer isso. É fundamental que a gente entenda que temos um novo aluno em uma velha e mesma escola, que não muda sua estrutura, sua organização, sua gestão, seus métodos de aprender e de ensinar.”

As metodologias e os conteúdos não despertam o interesse do aluno do século XXI e modelos disruptivos são teorizados desde Platão, passando por Rousseau, Freire, Bauman até chegar a Dora Incontri uma pedagoga com teses e dissertações com temas totalmente fora dos padrões habituais, porém contemplando a laicidade preconizada e defendida no âmbito da educação pública.

Educar o homem do futuro é a missão do homem do presente. O homem do futuro pode viver desde já construindo a ponte de acesso aos novos tempos. (INCONTRI, 2012, p.249).

Desde muito tempo se tenta desenvolver uma escola que atenda aos anseios dos alunos, mas as metodologias utilizadas ainda não surtiram efeito, ou ainda não foram usadas. Necessário a incessante busca, rumo a atingir o objetivo. Diante dessa constatação é possível entender a fala de Freire:

Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. FREIRE (2011).

Os alunos atuais são filhos da família do século XXI, família essa ainda em gestação, as bases desse novo lar ainda não estão sólidas e a escola pode ser uma fonte transformadora nesse momento de transição, ou seja, deve aproveitar as instabilidades e desconstruir para reconstruir algo com valor.

É que sempre que se destrói algo, urge reconstruir em seguida. Não basta quebrar velhos modelos, é preciso substitui-los pela solidez de novas estruturas... Ao chinelo sucedeu-se a indiferença, à necessidade de liberação não se acrescentou a responsabilidade. Vivemos na era das comunicações e existe uma absurda falta de diálogo. Da rígida e opressiva família patriarcal, passamos ao desencontro e ao abandono. É o natural processo dialético das oposições dos extremos. Cabe-nos, agora, descobrir e criar a síntese da família do 3º milênio. INCONTRI (2001 pág 21).

Onde se opta por um progresso cada vez mais rápido da civilização tecnológica, a hierarquia dos velhos ordenamentos sociais decai inclusive em suas estruturas de sustentação, isto é, as estruturas familiares. CANEVACCI (1981 pag 243), ou seja, Canevacci atenta para as rupturas no interior das famílias como reflexo de mudanças tecnológicas inovadoras aliadas ao crescente individualismo apregoado pelos mecanismos de poder, ou seja, as relações entre capital e trabalho interferem em todas as relações sociais.

As famílias estão em processo de destruição e de acordo com MARX (2009 pág 77) a sociedade é moldada para atender às necessidades do Capital, aquilo que ele denominou de estrutura e superestrutura em seus escritos com Engels, inclusive ele faz uma dura critica aos moldes familiares e educacionais haja vista que esses são concebidos e disseminados com o objetivo de se perpetuar a dominação.

De acordo com o relatório construído para a UNESCO, sobre a juventude o relatório aponta:

“De fato, o professor tem na sua frente jovens cada vez menos vinculados às famílias ou a movimentos religiosos, mas que se beneficiam de um volume crescente de informações; ora, ele terá de levar em consideração esse novo contexto se tiver o desejo de captar a atenção dos jovens e ser compreendido por eles, transmitir-lhes o gosto de aprender e explicar-lhes que informação não é conhecimento, o qual exige esforço, atenção, rigor e vontade. DELORS (2010 pág 20).

De acordo com Schwab (2017 pág 17) “A quarta revolução industrial está aí, e é chegado o momento de repensar nossos sistemas econômicos, sociais e políticos” diante dessa constatação feita durante o fórum econômico de Davos em 2016, faz-se necessário a avaliação referente ao trabalho, a família e a educação diante dessa revolução.

As formas e as relações de trabalho estão mudando, a própria economia com a inserção da dita economia colaborativa como o Uber, Airbnb e outras têm alterado as relações de trabalho e de convívio social, diante dessas constatações é apregoado que as tecnologias mudarão a natureza social do trabalho, talvez seja o momento de promover as mudanças apontadas e teorizadas pelos educadores. Será que chegou a hora de mudar o status quo?

O trabalho será desenvolvido com base:

·         Em livros de autores como Roberto Freire, Dora Incontri, Rosseau, Comenius, Platão, Canevacci, Bauman.

·         Relatório feito para a UNESCO desenvolvido por Jacques Delors.

·         Artigos científicos de banco de dados confiáveis tipo o Google Acadêmico, Scielo.

·         Sites de jornais que serão utilizados com o objetivo de contextualizar os assuntos.

·         Materiais de debates desenvolvidos por ONGs em parcerias com institutos como Ayrton Senna, Unibanco relacionados ao tema proposto e disponibilizados em seus sites.

6       METODOLOGIA

A metodologia no âmbito das ciências sociais é importante para que o trabalho não perca o rigor científico necessário ao bom andamento da pesquisa, quer a pesquisa seja bibliográfica quer seja uma pesquisa de campo, assim o pesquisador corre menos riscos de praticar interferências e idiossincrasias PREMEBIDA (2013 pág 18).

Para desenvolver o presente trabalho será usada a pesquisa utilizando fontes bibliográficas e documentais, conforme orientação da instituição de ensino, diante da complexidade e exigências de uma pesquisa de campo.

As fontes serão utilizadas para descrever, analisar e reafirmar a importância do tema escolhido e nos quais se espera conseguir confirmar as premissas estabelecidas.

Os resultados a serem obtidos com a pesquisa não são passiveis de medição numérica, haja vista o caráter subjetivo da pesquisa. Os questionamentos e as criticas feitos às fontes servirá para que o pesquisador consiga obter respostas novas em fontes “velhas”.

Ciente de que sua participação no processo de pesquisa ainda que imbuída do rigor necessário não seja neutra, haja vista as intencionalidades objetivas e subjetivas intrínsecas ao cidadão que no momento é ao mesmo tempo pesquisador e participe da construção dessa história, o pesquisador aceita o desafio em ser o mais rigoroso possível e assim evitar emitir juízo de valor.

REFERÊNCIAS

CANEVACCI, Massimo. Dialética da Família: Gênese, estrutura e dinâmica de uma instituição repressiva por: Engels, Freud, Reich, Marcuse, Fromm, Lévi-Strauss, Adorno, Horkheimer, Habermas, Laing e outros. São Paulo: Brasiliense, 1976.

COMENIUS, Jan Amos. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

INCONTRI, Dora. A educação Segundo o Espiritismo. São Paulo: Editora Comenius, 2012.

______________. A educação da nova era. São Paulo: Editora Comenius, 2001.

______________. Pedagogia Espírita: um projeto brasileiro e suas raízes. São Paulo: Editora Comenius, 2012.

MARX, Karl. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Livros Escala, 2009.

PLATÃO. A república. São Paulo: Martin Claret, 2000.

PLATÃO. Apologia de Sócrates, o banquete e Fedro. São Paulo: Coleção Folha de São Paulo, 2010.

PREMEBIDA, Adriano e Outros. Pesquisa Social. Curitiba: Intersaberes, 2013.

ROUSSEAU. J.J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2017.

VASCONCELOS, José Antônio. Metodologia do ensino de histórica. Curitiba: Intersaberes, 2012.

http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/35113/novas-funcoes-da-escola-para-a-vida-do-aluno-sao-debatidas-no-encontro-educacao-360/ acesso em 04-12-2017