sábado, 30 de julho de 2016

PATRIMÔNIO CULTURAL: DIMENSÃO MATERIAL E IMATERIAL



Centro Universitário Internacional – UNINTER
Curso de Licenciatura em História


PATRIMÔNIO CULTURAL: DIMENSÃO MATERIAL E IMATERIAL

Oscilange de Lúcia Campos PERINI
UNINTER

Resumo

O presente trabalho tentou conceituar de forma sintética: Patrimônio Cultural para demonstrar a dimensão do que vem a ser a Cultura Material e Imaterial. Através do vídeo com a Dona Maria Aparecida Borges, foi possível resgatar cultura material e imaterial vivenciada por ela, importante o relato, pois permite a preservação de memórias, como também permite entender o sentimento de quem viveu no século passado. Histórias de uma vida sem luxos, mas com fartura no que diz respeito a comidas como relatado por ela. Carro, telefone era uma raridade e ela acompanhou essa mudança no que diz respeito à aquisição material pela sociedade, onde cada um tem um celular as pessoas podem ir e vir de forma ágil não apenas em automóveis, mas também no transporte publico, hoje viaja-se de avião ela andava de carroça e no caminhão do pai, porém as grandes injustiças permanecem.



Palavras-Chave: Patrimônio Cultural, Cultura Material e Imaterial.


Cultura material e imaterial, para melhor entendimento desses conceitos, faz-se necessário entendimento prévio do que vem a ser Patrimônio Cultural. Patrimônio Cultural é tudo aquilo que nos pertence e que foi criado pelas gerações passadas e que criamos hoje, sejam bens materiais sejam bens imateriais, tem a ver com herança cultural no sentido de algo que devamos preservar e guardar para a eternidade para que sirva de fontes de pesquisas para as gerações futuras. Esse patrimônio cultural pode ser representado por bens tangíveis ou intangíveis. Bens intangíveis: manifestações populares tendo como exemplo festas de Folia de Reis, Congado, cultos religiosos, linguagem, costumes, musica. Bens Tangíveis: casas, igrejas, escolas, universidades, castelos, praças, livros, documentos históricos, fotografias, ferramentas.
Leis foram criadas e ou alteradas com o objetivo de preservar e de incluir bens tidos como integrantes do Patrimônio Cultural de determinada cidade, gerações antigas ainda hoje se mobilizam para evitar que determinados costumes e festas desapareçam, passando de geração em geração os conhecimentos, com o objetivo de perpetuar o evento.
Com o objetivo de perpetuar de alguma forma o momento, iremos compartilhar algumas histórias contadas por Dona Maria Aparecida Borges Perini, uma senhora de 88 anos, que tem muitas experiências e essas dariam para várias horas de vídeo e com certeza um livro, porém sem espaço para tanto vamos nos ater a apenas algumas das histórias que ela considera relevante. Ela se lembra de estudar na roça com um professor particular que ensinava a ler, fazer cópias, ditado e a contar e relembra que quando se mudou para a cidade entrou no terceiro ano e somente nesse momento aprendeu geografia, história, ciências, ou seja, a escola anterior (aulas regias) era muito fraca.
Ela tem uma lembrança viva do momento de mobilização e idealização da Catedral Santa Terezinha que foi construída com fundos arrecadados por Monsenhor Eduardo que vestia suas roupas pretas, colocava um chapéu grande e pegava o guarda-sol e saia de fazenda em fazenda pedindo donativos para a construção da Igreja e lembra que o pai dela Senhor Hilário Borges se encarregava de transportar para a cidade em seu caminhão tudo aquilo que o Monsenhor arrecadava nos arredores de Tapuirama.
Perguntada sobre a comida daquela época ela foi categórica, comiam arroz, feijão, verduras da horta (tomate, alface, couve, mandioca, não tinha cenoura nem beterraba) e comiam carne de porco que ficava guardada na lata com banha para preservar, faziam linguiça, carne cheia, matavam frango e pato, não comia feijoada ela só veio a conhecer a feijoada muito tempo depois já na cidade.
Festa daquela época ela se lembra de poucas e são todas religiosas tipo Nossa senhora da Abadia e da Festa de Santos Reis, que era celebrada na fazenda de alguém e neste momento já se escolhia através de sorteio o folião do ano seguinte e ele não podia recusar e nesta festas tinha muita fartura, paneladas de comida e doces e ela conta que não ia muito às festas, pois o pai não deixava e também era difícil ficar se locomovendo e que hoje é tudo muito fácil tem carro, celular. Dona Maria termina contando que o marido era marceneiro e que ele fez muitas coisas bonitas, bem trabalhadas, torneadas e que essas coisas estão nas casas de muitas pessoas, ou seja, para ela ele deixou um legado e enfatiza que ela não vai deixar nada. A Dona Maria com esse vídeo e esse trabalho irá de alguma forma deixar um legado para o futuro, suas historias e suas lembranças, que podem ser contadas apenas por ela, serão eternizadas na internet, o antigo e o novo interagindo para produzir cultura, Cultura Material retratando lembranças que são parte da cultura Imaterial.
O presente vídeo estará no Youtube em um link disponibilizado no final do trabalho.
Referente à proposta de trabalhar o tema com os alunos é muito importante o resgate das memorias do passado, contada por testemunhas oculares, como no caso da Dona Maria ela se lembra do momento da idealização e posterior construção da Catedral patrimônio material de Uberlândia, bem como de muitos saberes imateriais envolvidos nesse processo, como é o caso da folia de Reis. Importante ressaltar que muito se perde ao não catalogar e documentar memorias como essas e que os alunos tem em suas famílias o material bruto para ser trabalhado e preservado, temos que instiga-los a pesquisar e mostrar a importância de guardar saberes para que não se percam nas traças da indiferença. Esse modelo de pesquisa in loco pelos alunos vai permitir que eles percebam que os idosos tem o que ensinar, a troca vai ser interessante para ambos e a cultura vai sendo preservada, os alunos podem fazer vídeos, levar o idoso na escola realizando um evento para apresentar o trabalho. A escola pode marcar um passeio pela cidade parando em locais que são tombados pela prefeitura da cidade e dar uma aula externa para que o conteúdo seja apreendido pelos alunos e não apenas assimilado em uma aula monótona e fechada.

A cidade de Uberlândia tem muitos Patrimônios Culturas importantes e interessantes alguns deles são: Tecelagem do triangulo, local onde ainda hoje algumas senhoras utilizam o tear para confeccionar tapetes, mantas, colchas, forros de mesa, dentre outros produtos, agora renomeado com Fios do Cerrado. A tecelagem é uma forma de resistência ao consumismo exagerado, bem como uma forma de preservar um modo de produção artesanal e local de relacionamentos sociais; Catedral de Santa Terezinha construída com a ajuda dos cidadãos uberlandenses; Temos uma arvore centenária a Sibipiruna que é patrimônio histórico cultural da cidade, é tema de livros sobre patrimônios de Uberlândia e ponto de encontro da moçada; Igreja Nossa Senhora do Rosário a igreja mais antiga de Uberlândia inaugurada em 1931 que tem como principal destaque a festa do Congado, festa essa que em 2008 foi registrada como Patrimônio Imaterial pelo decreto nrº 11.321.


Referencias bibliográficas


Anexo

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